Um artigo de Pedro Tadeu, na sua cronica habitual na TSF, que emociona qualquer um.
Interessa-me perceber que mesmo assim morreram carbonizados, pelo menos, 52 cães.
Interessa-me o olhar dos cães que vi serem salvos: ao colo do seu salvador, uma cadela vira o focinho para a câmara de televisão e mostra, cravado, um olhar de medo; um cão a soro é transportado em peso por dois rapazes aflitos e na fotografia que lhe tiram mostra, indiferente e plácido, um olhar de moribundo; um outro, pequenito, vem embrulhado numa manta e nos braços de uma mulher e, para a posteridade, só tem a revelar-nos um olhar de incompreensão.
Os olhares destes cães despertam-me a humanidade da compaixão e sim, se estivesse lá em Santo Tirso deitava às malvas as considerações racionais sobre a organização do mundo, da política e do direito e ia com o grupo salvar mais um bicho – afinal, é privilégio da superioridade humana decidir contra a lógica do Homem superior; afinal, há momentos, apenas momentos, em que os animais podem valer mais do que pessoas.
Podem, e devem, ler todo o artigo aqui.